“Uma
das bases primordiais que sustentam a prática da meditação é a fé. É saber que
se vai penetrar em verdades inconcebíveis e em mundos desconhecidos que
permeiam a existência e a inexistência do ser [...] Para se combater o inimigo
é sábio conhecer a sua força, os seus recursos, as suas estratégias e os seus
objetivos. Desta forma, o ser humano deve buscar conhecer o seu ego dual e
combatê-lo, internamente, até a rendição total. O ego é o principal inimigo do
homem enquanto percebido, reconhecido e vivenciado pelo próprio ego. Iluminado
e reconhecido pela alma, o ego passa a ser um aliado que serve de base inferior
para a sua expressão. Ou seja, em determinado nível o ego é um veículo
essencial nos níveis inferiores para a expressão dos propósitos advindos dos
níveis supra-humanos. É através do seu ego que um mestre espiritual se torna
visível à humanidade comum e assim pode cumprir a sua missão de auxílio na
matéria terrestre. A meditação é a ferramenta de investigação primordial para
se conhecer os limites essenciais do ego [...] Ao contrário do que muitos
pensam, a indiferença é um comportamento elevado que parte do não julgamento. É
base essencial para o estabelecimento do desapego e da neutralidade. Há
técnicas avançadas de meditação que proporcionam a incorporação da consciência
da indiferença no ser humano. A indiferença propicia um distanciamento mental e
emocional saudável dos eventos externos da vida, abrindo espaço e sustentação
para a ação instantânea da intuição. Destitui os desejos e a zona de sofrimento
da consciência humana comum, estabelecendo um vetor de contato ascensional
[...] Redimensionar os frutos de uma meditação profunda é tarefa que não se
deve fazer. É involuir. Não há meios disponíveis eficazes que possam
transcodificar fidedignamente a experiência vivenciada nas dimensões superiores
[...] A prática da meditação não intenciona fazer do ser humano um ser
bonzinho, calmo e incapaz de fazer mal a alguém... um manso. Ilusão. A
meditação tende a tornar o ser mais coerente, mais conectado com a sua essência
e mais fidedigno às suas respostas para com a vida. Ser bonzinho, fazer o bem
ou o mal está abaixo de onde a meditação alcança. A consciência que se busca
através da meditação é transcendente para a dualidade bem e mal. É vivencia que
se destina à neutralidade e ao esvaziamento dos julgamentos mentais e das
respostas emocionais. Busca conectar o autopoder todo centrado, que às vezes
constrói e outras vezes destrói [...] Se faz necessária uma meditação profunda
sobre a relação da consciência humana com o espaço-tempo externo. Desta forma,
pode-se observar as escapadas que a mente tende a dar, constantemente, do
momentum interno do eterno agora. Este momentum traz a unificação de todos os
tempos ilusórios externos através de uma iniciação que permite usufruí-los, a
partir da quinta dimensão, sempre com a consciência atenta e desperta no eixo
central do agora [...] Todos os elementos externos da existência, quando
observados profundamente em estado meditativo, se dispersam no vazio. Os
budistas já pregam esta realidade, há séculos, denominando-a de sunyata. A ciência da física quântica
contemporânea já acolhe e confirma esta verdade. É que, através dos altos
níveis de pureza e meditação, o homem é iniciado com os mistérios da natureza
atômica. Ou seja, a consciência humana desperta dos grandes iniciados está
muito à frente do que a atual ciência ainda precise investigar e confirmar.” (Do livro “VIA TERRA, caminhos da luz”, Horácio Netho)
Para começar a Meditar
(Lama Padma Samten)
“Em
sânscrito, a palavra 'SGOM' (algo
como familiarizar-se) é usada, no Tibete, para designar o
que conhecemos como meditação, na cultura ocidental. A vida superior é
paradoxal, ou seja, corre em paralelo à mente e não a toca. A meditação é o
meio de transcender a experiência da mente e perceber a vida superior, na sua
própria dimensão. A meditação é uma prática somente indicada para aqueles que
já possuem certo grau de concentração mental e buscam aperfeiçoar a
compreensão das relações mentais com os elementos da vida. Antes de se acessar
o estado meditativo (que é
incidental), a mente humana necessita desenvolver uma estabilidade de
concentração, que suporte esta experiência superior sobremental. Não é o ego
humano que busca a prática da meditação. É a consciência da sua alma que,
quando se apronta para despertar, projeta uma luz atrativa na direção da sua
consciência inferior. A consciência da alma se faz perceber através de uma voz
interna e silenciosa, que usufrui das vias intuitivas para se comunicar.
Sabendo disto, o ser humano iniciante na meditação deve apenas concentrar a
sua mente e entregar-se, em silêncio desinteressado, ao comando de sua própria
alma [...] O planeta Terra está passando por uma transformação em sua grade de
energias. A incorporação da quinta dimensão na consciência dos elementais da
Terra impulsionará a humanidade a uma frequência vibracional correspondente aos
estados meditativos, relativos às experiências dos corpos de luz humanos.
Desta forma, as técnicas milenares tradicionais de meditação estão se tornando
ultrapassadas, pela própria facilitação da elevação da consciência
planetária.” (Extraído do livro “VIA CORAÇÃO, caminhos da transformação”, págs 162 e 165)
Meditação c\ 1 Milhão de Crianças
(Ciência da Meditação)
“Um
ser humano pode perdurar por longos períodos praticando várias técnicas de
meditação e vivenciar uma reduzida carga de experiências conscienciais.
Contudo, um outro ser humano pode penetrar acentuadamente os níveis mais sutis
da consciência em pouco tempo de prática meditativa. Cada ser conduz,
normalmente, um nível diferenciado de propósito diante o seu status evolutivo.
Daí, a verdadeira meditação deve respeitar a individualidade de cada ser, deve
se encaminhar como uma prática livre sem desejos ou metas totalmente definidas.
Desta forma, cada ser estará apto para acessar mais adequadamente o que lhe for
correspondente segundo a regência da sua própria consciência superior [...] A
meditação é uma prática superior que independe de qualquer doutrina religiosa.
É uma prática livre, pessoal, direta e sintética, autocentrada na busca da
consciência holística. Segue a individualidade da cada ser e é vivência de
autoconhecimento [...] É da natureza da mente humana comum tagarelar, desviar
constantemente o foco de sua atenção e estabelecer condicionamentos. É de sua
natureza, também, a tendência a assumir a liderança do ego e o controle sobre
as verdades com as quais se identifica. Da mesma forma, uma mente comum tende a
penetrar invasivamente e sem humildade os espaços externos e ambientais nos
quais o ser se encontra, agredindo por vezes sutilmente estes lugares. É
necessário um estado de consciência meditativa para que se consiga desenvolver
uma maior retidão mental e um comportamento mais disciplinado, equilibrado e
amoroso da mente [...] Muitos seres humanos falam sobre o ego a partir da sua
própria consciência e percepção egóica. Nunca vivenciaram a sua natureza
superior por meio da meditação. Desta forma, não conseguem discriminar
nitidamente a sua essência, pois relatam a partir das experiências, informações
e definições dos outros. Em verdade, são ignorantes que especulam sem
conhecimento de causa, ficando na própria superficialidade inerente do ego, em
retroalimentação da ilusão de suas mentes [...] A partir da sua dimensão de linguagem,
as palavras tentarão expor uma apresentação, uma imagem ou uma idéia sobre as
realidades divinas. Mesmo usufruindo das combinações mais harmônicas e
perfeitas entre as palavras, em qualquer idioma, o plano divino ainda será
distorcido. A consciência humana só compreenderá a divindade por via direta e
esta via é acessada por meio do silêncio, da concentração, da pureza, do estado
meditativo e contemplativo [...] Caso o ser ainda não tenha um bom nível de
meditação, ele vai estar sempre diante o plano das máscaras, das personalidades
e dos egos. Nunca poderá se aproximar verdadeiramente da essência de um outro
ser. Ficará limitado ao plano das ilusões, da superficialidade aparente e se
perderá facilmente com a sua ignorância diante os seus julgamentos infundados.
Desta forma, perderá muitas oportunidades de se elevar por não ser capaz de
perceber a luz maior de outros seres e se beneficiar dela [...] O místico
contemplativo não conduz técnicas meditativas, está além delas. Ele traz o veio
da luz superior acessível em sua consciência e a toca quando quer [...] O ego
só é melhor compreendido através de um certo distanciamento. A meditação é a
prática vivencial adequada para promover o distanciamento e a observação da
consciência humana sobre si própria. Por este meio, a consciência humana
superior ao ego poderá revelar-lhe a sua essência [...] Não é a mente que cria
a realidade ou a ilusão, ela simplesmente confirma ou nega estes aspectos. A
natureza da ilusão e da realidade estão acima da capacidade mental. Somente em
meditação e silêncio interno profundo pode-se perceber a essência do propósito
da mente [...] Com a meditação analítica e investigativa, o ser pode perceber
como se manifestam e quais espaços ocupam as suas dimensões física, emocional e
mental [...] É da natureza da mente querer estar sempre no controle da vida.
Porta-se como um controlador tirano, ditando o que deve e o que não deve, o que
é e o que não é. Meditar é desapossar este ditador (mente) e entregar o cargo a Deus, humildemente em silêncio para que
um novo reinado surja.” (Do livro “VIA TERRA, caminhos da luz”, Horácio Netho)
Relação entre Oração e Meditação
(Trigueirinho)
“A
contemplação é o meio de comunicação entre o homem e o suprahomem, entre a vida
mundana e a vida divina. O invisível se deixa penetrar, os símbolos se expõem,
as sincronicidades se manifestam, desilusões brotam e véus são retirados. A
supramente em contato com a supranatureza. Não há mais só o cantar do
pássaro... Ao praticar a verdadeira contemplação, o ser se desnatura e
transcende todos os conceitos pré-estabelecidos pela sua mente. Desta forma,
acaba se expandindo, conhecendo e encontrando a si próprio interconectado num
mergulho profundo na essência do todo [...] A voz interna mais profunda de um
ser vai além da sua manifestação atual dentro da raça humana. Como pode um ser
humano dar vez à sua voz interna, se ele se encontra sobrecarregado com imagens
mentais externas, se ele está condicionado a viver a sua realidade somente
através dos contatos externos, se ele acredita fielmente que a sua realização
dar-se-á exclusivamente no campo da matéria, se ele deixou-se cair na armadilha
do excesso de compromissos e responsabilidades individuais, se ele vive a sua
vida para consumir e ter sem saber o porquê, se ele se encontra incapaz sequer
de ter tempo para contemplar a vida e conversar com Deus? [...] O místico
contemplativo não conduz técnicas meditativas, está além delas. Ele traz o veio
da luz superior acessível em sua consciência e a toca quando quer [...] Se o
ser não contemplou cachoeiras, oceanos, jardins, pássaros, as artes e todas as
outras ofertas de expressões da natureza deste belo planeta, é porque realmente
ele não sabe o que a vida na Terra quer da sua existência [...] Quando for,
buscar a intenção. Lá, contemplar. Ao retornar, reflexão [...] Ao contemplarmos
silenciosamente a Terra física a partir de seus cumes, altos, colinas,
montanhas... um conhecimento interno nos toca, apesar de nem sempre ficar
totalmente consciente e claro, preferindo permanecer oculto [...] Um instrutor
espiritual coligado aos mundos divinos exerce o seu propósito a partir do
contato e do alcance de sua consciência. Divide o seu caminho com inúmeros
outros seres. Sabe que nunca está ou esteve só. Vive o seu dia em função do
todo e para o todo, em nome da Fonte e como uma expressão da Fonte. Cumpre a
sua missão indo além dela, projetando para a vida externa parte do que acolheu
em seu mundo interno. Torna-se um espelho que reflete a luz recebida.
Transforma-se em um curador, reestruturando os corpos em desarmonia. Governa a sua vida em benefício dos outros e
com os outros. É um guerreiro silencioso e perspicaz que destrói ilusões
amorosamente, além da dualidade. Vê-se sacerdote iniciando a humanidade em
novos caminhos e, em nenhum momento, deixa de contemplar a beleza intrínseca
exposta pela vida maior [...] O segredo não está em ter o controle da vida ou
em ser permissivo com ele, mas em perceber como se manifesta esta dinâmica de
controle. A observação e a contemplação são pré-requisitos em direção à origem
deste controle [...] Através da meditação e da contemplação o ser sabe, mas
evita explicações... Tende ao silêncio [...] A partir da sua dimensão de linguagem,
as palavras tentarão expor uma apresentação, uma imagem ou uma ideia sobre as
realidades divinas. Mesmo usufruindo das combinações mais harmônicas e
perfeitas entre as palavras, em qualquer idioma, o plano divino ainda será
distorcido. A consciência humana só compreenderá a divindade por via direta e
esta via é acessada por meio do silêncio, da concentração, da pureza, do estado
meditativo e contemplativo [...] Não negar o que lhe aflora. Aceitar e
contemplar. O que fazer? Eis a prova [...] O caminho já está aí, se realizando.
Neste momento, em todos os pontos do Cosmos, as expressões diferenciadas da
Fonte se manifestam. Inúmeros reinos e sub-reinos, inúmeros arquétipos e
princípios. Um universo, uma galáxia, um sistema solar, um planeta, uma raça...
são pequenas gotas em um mar infinito de realidades que há muito o quê se
revelar para a vida. O homem terreno é um pequeno grão integrante de uma
conjuntura maior e ainda incognoscível. Em sua efêmera natureza, cabe ao ser
humano contemplar a grandeza da Fonte e seguir serenamente a simples
experiência de cada momentum da sua existência.” (Do
livro “VIA TERRA, caminhos da
luz”, Horácio Netho)
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